(Continuação da postagem anterior.)
Os Partidos da Década de 1930
Os partidos tiveram um período tumultuado no início da década de 1930. A política dos governadores decaiu e começa o reaparecimento da mentalidade de partido nacional. Os primeiros esforços foram em direção a uma reforma no sistema eleitoral, pois de acordo com o vigente não era possível formar partidos nacionais eficazes.
João Cabral, um dos juristas que dedicaram-se à questão, propôs a representação proporcional, a instituição do voto secreto e da Justiça Eleitoral. O Partido Democrático Nacional foi fundado com o objetivo de fazer a reforma política, mas não pelas reformas sociais, pois sua cúpula representava elementos da elite.
Mantiveram-se os partidos estaduais, que lançavam chapas contra os de oposição, formados pelos derrotados da eleição de 1930. Além disto, foram instituídas a representação proporcional, a Justiça Eleitoral, o voto secreto e o voto feminino.
Todavia, ainda existiam problemas para a formação de partidos eminentemente nacionais. Ao sistema de representação proporcional, opunha-se o sistema de representação profissional, de cunho fascista. Desta forma, havia dois tipos de partidos: aqueles permanentes e os transitórios, que formavam-se apenas para disputar as eleições. Outro problema era que qualquer um poderia ser candidato, independentemente de ter ou não partido: bastava apenas um abaixo-assinado com um número mínimo de assinaturas.
O problema não era a falta de partidos, pois existia um oficial em cada Estado e mais dois ou três de oposição, também em cada Estado. Porém, dentro deste sistema partidário que procurava aparentemente manter a sobrevivência de antigos hábitos políticos, havia uma nova força que defendia os direitos dos trabalhadores e da classe trabalhadora. Havia representantes do chamado partido Socialista Brasileiro distribuídos em cada Estado.
Apesar de o Partido Socialista ter uma representação reduzida, ele contribuiu para a evolução do sistema partidário em dois aspectos: elaborar um programa realmente nacional, sem interesses estaduais, e concentrar sua ação partidária nas necessidades concretas do povo, ao invés de ficar apenas no debate teórico. Devido ao debate em torno da questão social, surgiram duas correntes: uma esquerdista, a Aliança Nacional Libertadora e a outra de direita, a Ação Integralista Brasileira.
Em 1937, houve um aquecimento em torno do sistema partidário, devido às eleições de 1938. De um lado, o candidato "semi-oficial" José Américo de Almeida, e do outro candidato de oposição Armando Salles de Oliveira. Embora a candidatura de José Américo não organizasse um partido político formalmente, esta campanha foi uma tentativa de mobilizar o eleitorado em duas correntes. Contudo, estas atividades partidárias tiveram seu fim com a imposição do Estado Novo.
A Experiência Multipartidária: 1945-1965
Em 1943, surgiram manifestações em favor do retorno do sistema democrático constitucional e das eleições. Este desejo foi manifestado também dentro das Forças Armadas.
Vargas, então, regulamentou as eleições para 2 de Dezembro de 1945. Contudo, antes desta regulamentação, a movimentação partidária já havia recomeçado. Pode-se perceber quatro grupos distintos: políticos do período pré-1930; dissidentes dos golpes de 1930 e/ou 1937; a esquerda socialista; e alguns representantes das oligarquias rurais do Nordeste.
Desta frente anti-getulista, surgiu a União Democrática Nacional (UDN). Contudo, vários outros integrantes desta frente deixaram-na para a criação de outros partidos, tais como o PR, o PCB, o PSP, o PL, o PSB e a ED.
As forças getulistas iniciaram, então, a criação do PSD. Além deste, foi criado também o PTB, para angariar apoio a Vargas e Dutra entre as massas populares dos grandes centros industriais.
(Continua na próxima postagem.)
Os Partidos da Década de 1930
Os partidos tiveram um período tumultuado no início da década de 1930. A política dos governadores decaiu e começa o reaparecimento da mentalidade de partido nacional. Os primeiros esforços foram em direção a uma reforma no sistema eleitoral, pois de acordo com o vigente não era possível formar partidos nacionais eficazes.
João Cabral, um dos juristas que dedicaram-se à questão, propôs a representação proporcional, a instituição do voto secreto e da Justiça Eleitoral. O Partido Democrático Nacional foi fundado com o objetivo de fazer a reforma política, mas não pelas reformas sociais, pois sua cúpula representava elementos da elite.
Mantiveram-se os partidos estaduais, que lançavam chapas contra os de oposição, formados pelos derrotados da eleição de 1930. Além disto, foram instituídas a representação proporcional, a Justiça Eleitoral, o voto secreto e o voto feminino.
Todavia, ainda existiam problemas para a formação de partidos eminentemente nacionais. Ao sistema de representação proporcional, opunha-se o sistema de representação profissional, de cunho fascista. Desta forma, havia dois tipos de partidos: aqueles permanentes e os transitórios, que formavam-se apenas para disputar as eleições. Outro problema era que qualquer um poderia ser candidato, independentemente de ter ou não partido: bastava apenas um abaixo-assinado com um número mínimo de assinaturas.
O problema não era a falta de partidos, pois existia um oficial em cada Estado e mais dois ou três de oposição, também em cada Estado. Porém, dentro deste sistema partidário que procurava aparentemente manter a sobrevivência de antigos hábitos políticos, havia uma nova força que defendia os direitos dos trabalhadores e da classe trabalhadora. Havia representantes do chamado partido Socialista Brasileiro distribuídos em cada Estado.
Apesar de o Partido Socialista ter uma representação reduzida, ele contribuiu para a evolução do sistema partidário em dois aspectos: elaborar um programa realmente nacional, sem interesses estaduais, e concentrar sua ação partidária nas necessidades concretas do povo, ao invés de ficar apenas no debate teórico. Devido ao debate em torno da questão social, surgiram duas correntes: uma esquerdista, a Aliança Nacional Libertadora e a outra de direita, a Ação Integralista Brasileira.
Em 1937, houve um aquecimento em torno do sistema partidário, devido às eleições de 1938. De um lado, o candidato "semi-oficial" José Américo de Almeida, e do outro candidato de oposição Armando Salles de Oliveira. Embora a candidatura de José Américo não organizasse um partido político formalmente, esta campanha foi uma tentativa de mobilizar o eleitorado em duas correntes. Contudo, estas atividades partidárias tiveram seu fim com a imposição do Estado Novo.
A Experiência Multipartidária: 1945-1965
Em 1943, surgiram manifestações em favor do retorno do sistema democrático constitucional e das eleições. Este desejo foi manifestado também dentro das Forças Armadas.
Vargas, então, regulamentou as eleições para 2 de Dezembro de 1945. Contudo, antes desta regulamentação, a movimentação partidária já havia recomeçado. Pode-se perceber quatro grupos distintos: políticos do período pré-1930; dissidentes dos golpes de 1930 e/ou 1937; a esquerda socialista; e alguns representantes das oligarquias rurais do Nordeste.
Desta frente anti-getulista, surgiu a União Democrática Nacional (UDN). Contudo, vários outros integrantes desta frente deixaram-na para a criação de outros partidos, tais como o PR, o PCB, o PSP, o PL, o PSB e a ED.
As forças getulistas iniciaram, então, a criação do PSD. Além deste, foi criado também o PTB, para angariar apoio a Vargas e Dutra entre as massas populares dos grandes centros industriais.
(Continua na próxima postagem.)
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