27 de abril de 2009

Berlim (IV)

(Continuação da postagem anterior.)

O Ministério para a Segurança do Estado, comumente chamada de Stasi, era a polícia secreta oficial da Alemanha Oriental. O quartel-general da Stasi ficava na área antes chamada de Berlim Oriental. A Stasi era mundialmente conhecida como um dos mais efetivos e repressivos aparelhos de inteligência e de segurança estatal do mundo. Seu slogan era "o escudo e a espada do Partido), estando diretamente ligada ao Partido Socialista Unificado da Alemanha.

A Stasi se infiltrou em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana da Alemanha Oriental. A rede de informantes informais cresceu especialmente na década de 1980. A Rede BBC afirmou em 2007 que houve um informante a cada sete cidadãos da Alemanha Oriental. Com o fim do regime em 1989, muitas pessoas descobriram que seus amigos, colegas, esposas e parentes haviam regularmente preenchido relatórios sobre si mesmas, levando a uma grande clivagem e ainda maior desconfiança entre pessoas próximas.

Berlim não é feita apenas de intrigas políticas, mas principalmente de cultura. Acima uma foto do famoso busto da rainha egípcia Nefertiti, localizado no Altes Museum. O Altes Museum (Museu Antigo) é o maior e mais importante museu do mundo no campo da arte antiga da Grécia, Roma e Etrúria. O museu é uma das divisões da Coleção de Antigüidades Clássicas, expondo estatuária e arte em geral, e o Pergamon Museum é reservado para a seção de arquitetura antiga. Está localizado na Ilha dos Museus, em Berlim, Alemanha.

No que diz respeito à situação da cidade durante o regime de Hitler, é importante destacar que Berlim nunca foi o centro do movimento nazista: como já informado, o centro estava na Bavária, nas cidades de Munique e, principalmente, Nuremberg -- tanto que Hitler tinha a ideia de demolir toda a cidade de Berlim e construir a "Welthauptstadt Germania", ou "Alemanha, a Capital do Mundo".

A cidade, entretanto, é importante para a compreensão do movimento nazista, pois foi o chamado "incêndio do Parlamento alemão", em 27 de fevereiro de 1933, que deu a Hitler a oportunidade de colocar de lado a Constituição alemã. O incêndio foi utilizado pelos nazistas como prova de que os comunistas estavam começando uma "conspiração" contra o governo alemão. O acusado, Marinus van der Lubbe, e mais quatro líderes comunistas foram presos posteriormente. Adolf Hitler, que havia sido empossado como Chanceler da Alemanha quatro semanas antes, em 30 de janeiro, incitou o Presidente Hindenburg a passar um decreto de emergência a fim de dar a Hitler plenos poderes, suspendendo várias liberdades civis no país.

Com o Partido Comunista declarado ilegal, o Partido Nazista pôde aumentar sua participação proporcional no Parlamento de 33% para 44%. Juntamente com o apoio do Partido Popular Nacional Alemão, que obtivera 8% dos votos, ambos tinham 52% das cadeiras no Reichstag. Apesar de não ter a maioria de dois terços para fazer mudanças constitucionais, o Partido Nazista conseguiu aprovar o "Decreto dos Plenos Poderes" em 23 de março de 1933, pois o Partido Social-Democrata alemão, devido a algumas prisões realizadas pelos nazistas, perdeu algumas cadeiras e, consequentemente, a representação. Além disso, os nazistas conseguiram o apoio de pequenos partidos de extrema-direita, fazendo com que Hitler se tornasse o ditador "legal" da Alemanha.

O regime nazista acabou com toda a comunidade judaica da cidade, que contava com aproximadamente 170 mil pessoas antes de 1933. Ainda em março de 1933, todos os médicos judeus foram obrigados a sair da cidade, e na primeira semana de abril os oficiais nazistas ordenaram à população alemã que não comprassem produtos de lojas judaicas.

(Continua na próxima postagem.)


24 de abril de 2009

Pedido de contato

Prezados visitantes, boa tarde.

Ultimamente tenho recebido comentários solicitando auxílio sobre diversos assuntos. No entanto, para que o auxílio possa se concretizar, preciso do e-mail de vocês. Sendo assim, peço para que quando vocês deixarem comentários, deixem também os e-mails, para que eu possa respondê-los com as informações que precisam.

Cordialmente,

Prof. Matheus.


23 de abril de 2009

Berlim (III)

(Continuação da postagem anterior.)

O Reichstag (termo alemão que significa "Dieta Imperial") foi uma instituição política do Sacro Império Romano-Germânico, bem como o parlamento da Confederação da Alemanha do Norte e, posteriormente, da Alemanha até 1945. Atualmente, uma das câmaras do parlamento alemão chama-se Bundestag (a outra chama-se Bundesrat), mas o palácio onde esta se reúne ainda é conhecido como Reichstag.

Um mês após a nomeação de Adolf Hitler para o cargo de chanceler da Alemanha, o prédio foi incendiado. O fogo começou as 21:14h no dia 27 de fevereiro de 1933. Acredita-se que o incêndio tenha sido iniciado em vários lugares. Quando a polícia e os bombeiros chegaram ao local, houve uma grande explosão na Câmara dos Deputados. A polícia encontrou Marinus van der Lubbe, simpatizante comunista, dentro do prédio.

Adolf Hitler e Hermann Göring chegaram logo em seguida e, quando encontraram Lubbe, um conhecido agitador comunista, Göring imediatamente declarou que o incêndio fora causado pelos comunistas. Os dirigentes do partido foram então presos. Hitler, tirando proveito da situação, declarou estado de emergência e encorajou o então presidente Paul Von Hindenburg a assinar o Decreto do Incêndio do Reichstag, que suspendia a maioria dos direitos humanos garantidos pela constituição de 1919 da República de Weimar.

Visão do plenário do Parlamento alemão

Visão do plenário do Parlamento alemão

A Estação Central de Berlim (em alemão Berlin Hauptbahnhof) é maior estação ferroviária de interseção em múltiplos níveis da Europa.

Entrada da estação ferroviária central de Berlim

A Catedral de Berlim (em alemão Berliner Dom) é o nome comum da "Paróquia Suprema e Catedral da Igreja Protestante". O edifícil se situa na Ilha dos Museus, no bairro "Mitte", e curiosamente não é a sede da igreja na Alemanha -- sendo esta a Catedral de Santa Edwiges.

A aproximadamente 1 km da Catedral de Berlim está a Berliner Fernsehturm (em português antena de televisão de Berlim). A estrutura é uma torre de televisão localizada no centro da cidade de Berlim. A torre foi construída entre 1965 e 1969 pela República Democrática Alemã (RDA), que a usou como símbolo da Berlim governada pela RDA. A torre é facilmente visível de todo o centro e de alguns bairros de Berlim e continua a ser um símbolo da cidade. A torre tinha originalmente 365 metros, mas após a instalação da nova antena em 1990, a altura é de 368 metros.

Alexanderplatz é uma grande praça aberta com um terminal de transportes públicos no centro de Berlim, próximo do rio Spree e da Catedral de Berlim. Originalmente uma feira de gado, recebeu seu nome em homenagem a uma visita feita à Berlim pelo czar Alexandre I da Rússia em 25 de Outubro de 1805.

A Catedral de Berlim com a Torre de TV à noite

A Torre de TV e as cúpulas da Catedral de Berlim são facilmente vistas de praticamente qualquer lugar da cidade

A Torre de TV e a Alexanderplatz ao entardecer

A Torre de TV e a Alexanderplatz ao entardecer

A Potsdamer Platz é uma importante praça e interseção de tráfego no centro de Berlim, Alemanha, distando cerca de 1 km ao sul do Portão de Brandemburgo e do Reichstag. Seu nome homenageia a cidade de Potsdam, cerca de 25 km à sudoeste, e marca o ponto onde a velha estrada para Potsdam passava através da muralha da cidade de Berlim no Portão de Potsdam. Depois de se transformar, em pouco menos de um século, de um cruzamento de estradas rurais no mais frenético centro de tráfego da Europa, foi totalmente devastada durante a Segunda Guerra Mundial e abandonada durante o período da Guerra Fria, quando o Muro de Berlim dividiu o antigo lugar. Após a queda do Muro, a praça foi reconstruída e tornou-se um dos mais reluzentes símbolos da nova Berlim.

(Continua na próxima postagem.)

19 de abril de 2009

Berlim (II)

(Continuação da postagem anterior.)

"Checkpoint Charlie" foi o nome dado pelos Aliados a um posto militar entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental durante a Guerra Fria. Havia dois outros postos militares localizados na direção ocidental da avenida na qual se localizava o Checkpoint Charlie: o Checkpoint Alpha, em Helmstedt, e o Checkpoint Bravo em Dreilinden, no sudoeste de Wannsee, cada nome indicando uma letra do alfabeto (Alpha a letra A, Bravo a letra B e Charlie a letra C).

O "Checkpoint Charlie" se tornou um símbolo da Guerra Fria, representando a separação entre Leste e Oeste. É frequentemente exibido em filmes e livros sobre a Guerra Fria.

Placa no Checkpoint Charlie indicando a saída do setor americano em direção ao setor soviético de Berlim

Em sentido contrário, placa no Checkpoint Charlie indicando a saída do setor soviético em direção ao setor americano de Berlim

Av. "Unter den Linden", uma das principais de Berlim, à noite

Av. Unter den Linden noite com o Portão de Brandenburgo ao fundo

Os "Portões de Brandemburgo" eram um tipo de arco do triunfo. Sua construção foi ordenada pelo rei prussiano Frederico Guilherme II (Friedrich Wilhelm II), e foram construídos entre 1788 e 1791. O atual Portão é o único remanescente de uma série de outras entradas de Berlim. Constitui na terminação monumental da Avenida Unter den Linden (uma das principais avenidas da cidade), que dava acesso à residência real.

Portão de Brandemburgo

Portão de Brandembugo

A "quadriga" (estátua da deusa grega Irene -- deusa da paz), em uma biga puxada por quatro cavalos. Originalmente a quadriga estava com sua frente voltada para a parte oeste de Berlim, de costas para a "Pariser Platz", mas os soviéticos fizeram a inversão, ficando sua face voltada para leste (que era a parte oriental de Berlim). Suas dimensões são: 26 m de altura, 11 m de profundidade e 65 m de largura. (visto de frente).

O Portão de Brandemburgo visto a partir do Parlamento alemão

(Continua na próxima postagem.)


15 de abril de 2009

Berlim (I)

(Informações estatísticas retiradas da Wikipédia.)

Falar da capital da Alemanha é um desafio. Afinal de contas, qualquer "deslize" se torna imperdoável frente à audiência do blog, e claramente não queremos perder toda a legitimidade conseguida ao longo dos anos. Além disso, são muitas as informações a respeito da cidade, posto que a mesma esteve no centro da política mundial durante os últimos 150 anos. Nesse sentido, mantendo a linha das últimas postagens, pretendemos aqui apresentar alguns elementos a respeito da cidade que têm relação com o III Reich e com a Segunda Guerra Mundial.

Berlim é uma cidade-estado alemã com mais de 3 milhões de habitantes. A primeira referência à cidade ocorreu no século XIII, e foi sucessivamente a capital do Reino da Prússia (1701-1918), do Império Germânico (1871-1918), da República de Weimar (1919-1933) e do Terceiro Reich (1933-1945). Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi dividida: a parte leste, conhecida como Berlim Oriental, se transformou na capital da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), enquanto que a parte oeste (Berlim Ocidental) se transformou em um enclave, sendo circundado pelo Muro de Berlim de 1961 a 1989. Não há dúvidas de que Berlim foi um dos pontos centrais da Guerra Fria, durante boa parte do século XX. Após a reunificação da Alemanha em 1990, a cidade retomou seu status como a capital de toda a Alemanha.

Antes de apresentarmos os elementos relacionados ao nazismo, pretendemos fazer uma breve apresentação de alguns elementos que caracterizam a cidade.

Acima, uma das placas referentes ao Muro de Berlim, "pregada" a um pedaço do muro

Pedaço do Muro de Berlim

Em toda a cidade de Berlim, no local no qual antes estava o Muro de Berlim, agora há um "caminho" feito de paralelepípedo

Acima, a localização de onde estava o Muro de Berlim

Um pedaço do Muro de Berlim

O mesmo local visto por outro ângulo

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

Com vários anos de antecedência... "Lula é o cara", até mesmo na Alemanha

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

"East Side Gallery": parte preservada do Muro de Berlim, com aproximadamente 1,2 km, no qual artistas "pichavam" ainda durante o período comunista

Parte preservada do Muro de Berlim

Fotografia mostrando os "incentivos" para a construção do Muro de Berlim

Estrutura ainda preservada do Muro de Berlim. Na parte de baixo da foto há o muro propriamente dito; acima a chamada "zona morta", local no qual não era permitido qualquer tipo de presença humana. Caso alguém violasse tal regra, seria automaticamente assassinado por guardas presentes nas diversas torres que acompanhavam o muro

(Continua na próxima postagem.)

12 de abril de 2009

Nuremberg (IV)

(Continuação da postagem anterior.)

Ainda relacionado ao nazismo, em 1994 foi inaugurado o "Caminho dos Direitos Humanos", criado pelo artista israelense Dani Karavan. Localizado ao lado do Museu de Nuremberg, a entrada do "Caminho" tem um arco e depois 30 colunas, uma atrás da outra, com dizeres referentes aos direitos humanos em várias línguas.

Museu Alemão em Nuremberg

Entrada do "Caminho dos Direitos Humanos"

Entrada do "Caminho dos Direitos Humanos" visto por outro ângulo

O "Caminho dos Direitos Humanos"

Placa mostrando todas as línguas nas quais os artigos estão escritos, um em cada coluna

O "Caminho dos Direitos Humanos" termina na antiga muralha da cidade

Cada coluna tem um artigo com um dos direitos humanos. A coluna escrita em português traz o artigo 13:

1. Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo homem tem direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Fim das postagens sobre Nuremberg.