5 de setembro de 2009

Considerações finais (III)

4 de setembro de 2009

Considerações finais (II)

O 1o de setembro de 1939

Há 70 anos as bombas alemãs caíram na pequena cidade polonesa Wieluń, matando pelo menos 1.200 poloneses, as primeiras vítimas inocentes da Segunda Guerra Mundial. Esse ataque alemão, o início de uma guerra criminosa e de uma catástrofe européia, foi lembrado nesta semana pelo Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e pelo seu homólogo polonês, Radosław Sikorski, em um artigo escrito a quatro mãos para os jornais Süddeutsche Zeitung e Gazeta Wyborcza.


„A guerra e os anos negros do nazismo vivido pela Alemanha são contabilizados como os maiores sacrifícios e a maior destruição da Europa. E é por isso que a data não pode ser deixada de lado. Qualquer um que olhe para trás, em direção a 1° de setembro de 1939, não deixa de alarmar-se, e também de surpreender-se com a paz que construímos nos mais de 60 anos após o fim do conflito em nosso continente“, escreveram.

Alemanha e Polônia, sem prever, iniciaram naquele setembro uma tarefa histórica de particular importância. Ligadas por uma terrível memória, ambas as nações tiveram que encontrar um novo caminho, um caminho rumo à reconciliação e a um futuro comum. Hoje Polônia e Alemanha são parceiras - tanto na União Europeia quanto na Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN - nações que possuem interesses e objetivos comuns. „Isso só foi possível porque a Alemanha assumiu sua responsabilidade histórica e a Polônia, apesar das terríveis experiências de guerra, se abriu para um futuro comum“, afirmaram. A disposição polonesa à reconciliação era uma resposta generosa ao fato de que a Alemanha aceitou a sua culpa e responsabilidade.

No mesmo dia, a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, participou de uma comemoração no Memorial de Westerplatte, local em que ocorreram os primeiros ataques. „Nenhum país sofreu durante tanto tempo sob a ocupação alemã como a Polônia. Não há palavras que possam descrever o sofrimento dessa guerra e do Holocausto, e é por isso que inclino-me perante as vítimas“, disse. Merkel também falou sobre a superação de problemas entre a Alemanha e a Polônia. "Eu vejo o dia de hoje como um sinal de nossa confiança, de nossa estreita parceria e de nossa amizade verdadeira“, concluiu.

(Original aqui.)

1 de setembro de 2009

Considerações finais (I)

1939: Alemanha invade a Polônia

A invasão da Polônia pelas tropas de Hitler marcou o começo da Segunda Guerra Mundial, na madrugada de 1º de setembro de 1939.

A Alemanha, derrotada na Primeira Guerra Mundial, havia perdido seus territórios ultramarinos, a Alsácia Lorena e parte da Prússia. As altas indenizações impostas pelos Aliados causaram o colapso da moeda e desemprego em massa, fatores que, explorados pelos nazistas, contribuíram para o fortalecimento de Hitler no poder (assumido em 1933).

As relações entre a Alemanha e a Polônia já eram tensas desde a República de Weimar. Nenhum governo do Reich nem partido alemão concordava com a nova delimitação da fronteira leste do país (com um corredor polonês, neutro, separando o país da Prússia Oriental), imposta no Tratado de Versalhes.

Ambicionando as matérias-primas da Romênia, do Cáucaso, da Sibéria e da Ucrânia, Hitler começou a expansão para o Leste. Embora as potências ocidentais temessem o perigo nazista, permitiram seu crescimento como forma de bloqueio ao avanço comunista soviético.

Conquistas passo a passo

Em 1935, a Alemanha havia reiniciado a produção de armamentos e restabelecido o serviço militar obrigatório, contrariando o Tratado de Versalhes. Ao mesmo tempo, aproximou-se da Itália fascista de Benito Mussolini; de Francisco Franco, na Espanha; do Japão; e anexou a Áustria (Anschluss), em 1938, por tratar-se de um povo de língua alemã.

No ano seguinte, com a conivência da França e da Inglaterra, incorporou a região dos Sudetos, que abrigava minorias alemãs, na Tchecoslováquia. Por fim, aproveitou o ceticismo ocidental em relação à União Soviética e assinou com Josef Stalin um acordo de não-agressão e neutralidade de cinco anos.

Estava aberto o caminho para atacar a Polônia, exigindo a devolução da zona conhecida por "corredor polonês" e do porto de Danzig (neutra, a atual Gdansk).

Diante da negativa da Polônia em ceder Danzig, as tropas alemãs invadiram o país em 1º de setembro de 1939 e travaram uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. Dois dias depois, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha, fazendo eclodir a Segunda Guerra Mundial.

(Original aqui.)

(Continua na próxima postagem.)