8 de agosto de 2009

Auschwitz-Birkenau (I)

Falar do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau é difícil. A dificuldade advém não apenas do aspecto numérico das mortes -- estima-se que entre 1,1 e 1,6 milhão de pessoas morreram lá em cinco anos, 90% deles judeus --, mas também -- e, acredito, principalmente -- pela questão histórico-religiosa envolvida com o campo: Auschwitz é "o" campo de extermínio, mais do que qualquer outro campo.

As postagens sobre Auschwitz-Birkenau, mais do que as anteriores, será composta majoritariamente por fotos (mesmo que isso não agrade a alguns dos meus leitores). Tomei a decisão de fazer postagens mais "visuais" porque pretendo inserir a explicação juntamente com as fotos. Além disso, Auschwitz-Birkenau não é um campo de extermínio sobre o qual baste ler: é necessário ver o que lá se encontra para que efetivamente possamos ter uma noção do que lá aconteceu.

Como informações básicas, basta dizer que Auschwitz-Birkenau foi o maior dos campos de extermínio e de concentração da Alemanha nazista. Situava-se na Polônia, perto da cidade de Oswiecim -- cidade cujo nome, em alemão, é Auschwitz. Já a palavra Birkenau é o alemão para Brzezinka, outra cidade próxima que foi completamente destruída pelos nazistas para a implantação do campo. As mortes foram causadas majoritariamente pelo gás Zyklon-B, mas também por fome deliberada, trabalhos forçados, falta de controle de doenças, execuções e "experimentos" médicos.


Vídeo feito na entrada do campo de Auschwitz-I

Os três principais campos eram Auschwitz I, II e III. Auschwitz I, o campo de concentração original, servia como o centro administrativo de todo o complexo, e foi o lugar da morte de aproximadamente 100.000 pessoas, a maioria poloneses e prisioneiros de guerra soviéticos. Auschwitz II (Birkenau) foi o maior de todos os campos de extermínio nazistas, no qual morreram no mínimo um milhão de judeus, 80.000 poloneses e aproximadamente 20.000 Roma (ciganos). Auschwitz III (Monowitz) serviu como um campo de trabalhos forçados para a fábrica Buna-Werke, pertencente ao grupo IG Farben. Além destes três principais, havia ainda por volta de 40 campos satélites, com populações variando de dezenas a milhares de presos. Como todos os campos nazistas, os de Auschwitz eram operados pelo braço paramilitar do Partido Nazista, as SS.

(Continua na próxima postagem.)

Um comentário:

Káh disse...

O interessante é ouvir algumas pessoas falando que Auschwitz não era um campo de extermínio e sim de internamento...