Dando continuidade à série sobre as relações entre mídia e política, publico a segunda e última parte do resumo do segundo texto.
ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA E FONTES DE INFORMAÇÃO NA ELEIÇÃO DE 1989
Lula, por um lado, ganhou vários votos através das fontes interpessoais -- como família, amigos e colegas -- e através de organizações -- como por exemplo a Igreja Católica, uniões de trabalhadores e associações de vizinhanças. Collor, por outro, utilizou-se de uma estratégia de marketing agressiva, tendo como principal aliado a televisão. Os estrategistas políticos de Lula utilizaram-se bastante da mídia de massa, particularmente a televisão, mas também um grande número de organizações de base que fizeram a campanha em nível pessoal.
As duas fontes mais usadas por quase todos os brasileiros foram discussões com membros da família e notícias na televisão. A educação fez pouca diferença tanto no uso da TV como principal fonte quanto no uso de conversas com a família. Entretanto, os com mais educação citaram mais freqüentemente como fonte os debates na TV e os jornais, enquanto que os com menos educação citaram mais freqüentemente notícias no rádio e líderes da Igreja.
Muitos brasileiros assistiram ao horário eleitoral gratuito. Os com educação primária, ou aqueles que moram em áreas rurais, eram os que menos assistiam. Entretanto, eram os que mais citavam o horário eleitoral gratuito como útil para a escolha do candidato. A tendência é que as pessoas prestassem atenção apenas no candidato que já haviam escolhido, "ignorando" os outros.
O horário eleitoral gratuito foi de extrema importância na definição do vitorioso. Os brasileiros realmente assistiam ao programa, o que pode ser comprovado pelo fato de o horário eleitoral ser a segunda maior fonte de informação sobre os candidatos. Contudo, mesmo assistindo, as pessoas questionaram a maneira que os programas foram usados. As campanhas tanto de Collor quanto do Lula tornaram-se bastante negativas.
Os debates foram a terceira fonte de informação sobre os candidatos. Entretanto, as regras dos mesmos, assim como restrições a participação -- ou recusa de participação -- e a edição seletiva de debates para uso em propagandas políticas, eram controversas. Foi-se confirmado empiricamente que o segundo debate realizado pela TV Globo foi manipulado em detrimento de Lula: após o mesmo, Lula, que estava subindo nas pesquisas, começou a cair e, ao final, perdeu a eleição.
HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO NO ESTADO EM 1990 E ELEIÇÕES LOCAIS
Pesquisas realizadas nas eleições locais em 1990 revelaram que as pessoas não estavam mais satisfeitas com o horário eleitoral gratuito, chegando até mesmo a serem contra sua exibição. O problema é que havia muitos candidatos para serem exibidos em pouco tempo, resultando em uma rápida apresentação de faces que diziam apenas algumas palavras. Desta forma, o horário eleitoral gratuito acabou sendo mal utilizado, com algumas pequenas exceções.
CONCLUSÕES
A primeira conclusão que os autores chegam é que o horário eleitoral gratuito conseguiu diminuir a manipulação por parte da televisão em favor de um determinado candidato. O desempenho tanto de Collor quanto do Lula no horário eleitoral favoreceram suas campanhas. Entretanto, o potencial de manipulação não foi neutralizado, como ficou claro na edição de imagens do segundo debate entre os dois candidatos.
Ficou claro também que o horário eleitoral gratuito só é válido para eleições presidenciais, ou então para governadores. Quando as eleições são locais, a quantidade de candidatos acaba prejudicando o processo, pois o tempo acaba ficando muito pequeno para cada candidato.
A terceira e última conclusão a que chegam os autores é que, além do horário eleitoral gratuito, também as diversas instituições interpessoais e organizacionais, como a Igreja e as comunidades locais, exerceram um grande peso na definição do voto da população.
ESTRATÉGIAS DE CAMPANHA E FONTES DE INFORMAÇÃO NA ELEIÇÃO DE 1989
Lula, por um lado, ganhou vários votos através das fontes interpessoais -- como família, amigos e colegas -- e através de organizações -- como por exemplo a Igreja Católica, uniões de trabalhadores e associações de vizinhanças. Collor, por outro, utilizou-se de uma estratégia de marketing agressiva, tendo como principal aliado a televisão. Os estrategistas políticos de Lula utilizaram-se bastante da mídia de massa, particularmente a televisão, mas também um grande número de organizações de base que fizeram a campanha em nível pessoal.
As duas fontes mais usadas por quase todos os brasileiros foram discussões com membros da família e notícias na televisão. A educação fez pouca diferença tanto no uso da TV como principal fonte quanto no uso de conversas com a família. Entretanto, os com mais educação citaram mais freqüentemente como fonte os debates na TV e os jornais, enquanto que os com menos educação citaram mais freqüentemente notícias no rádio e líderes da Igreja.
Muitos brasileiros assistiram ao horário eleitoral gratuito. Os com educação primária, ou aqueles que moram em áreas rurais, eram os que menos assistiam. Entretanto, eram os que mais citavam o horário eleitoral gratuito como útil para a escolha do candidato. A tendência é que as pessoas prestassem atenção apenas no candidato que já haviam escolhido, "ignorando" os outros.
O horário eleitoral gratuito foi de extrema importância na definição do vitorioso. Os brasileiros realmente assistiam ao programa, o que pode ser comprovado pelo fato de o horário eleitoral ser a segunda maior fonte de informação sobre os candidatos. Contudo, mesmo assistindo, as pessoas questionaram a maneira que os programas foram usados. As campanhas tanto de Collor quanto do Lula tornaram-se bastante negativas.
Os debates foram a terceira fonte de informação sobre os candidatos. Entretanto, as regras dos mesmos, assim como restrições a participação -- ou recusa de participação -- e a edição seletiva de debates para uso em propagandas políticas, eram controversas. Foi-se confirmado empiricamente que o segundo debate realizado pela TV Globo foi manipulado em detrimento de Lula: após o mesmo, Lula, que estava subindo nas pesquisas, começou a cair e, ao final, perdeu a eleição.
HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO NO ESTADO EM 1990 E ELEIÇÕES LOCAIS
Pesquisas realizadas nas eleições locais em 1990 revelaram que as pessoas não estavam mais satisfeitas com o horário eleitoral gratuito, chegando até mesmo a serem contra sua exibição. O problema é que havia muitos candidatos para serem exibidos em pouco tempo, resultando em uma rápida apresentação de faces que diziam apenas algumas palavras. Desta forma, o horário eleitoral gratuito acabou sendo mal utilizado, com algumas pequenas exceções.
CONCLUSÕES
A primeira conclusão que os autores chegam é que o horário eleitoral gratuito conseguiu diminuir a manipulação por parte da televisão em favor de um determinado candidato. O desempenho tanto de Collor quanto do Lula no horário eleitoral favoreceram suas campanhas. Entretanto, o potencial de manipulação não foi neutralizado, como ficou claro na edição de imagens do segundo debate entre os dois candidatos.
Ficou claro também que o horário eleitoral gratuito só é válido para eleições presidenciais, ou então para governadores. Quando as eleições são locais, a quantidade de candidatos acaba prejudicando o processo, pois o tempo acaba ficando muito pequeno para cada candidato.
A terceira e última conclusão a que chegam os autores é que, além do horário eleitoral gratuito, também as diversas instituições interpessoais e organizacionais, como a Igreja e as comunidades locais, exerceram um grande peso na definição do voto da população.
Um comentário:
Eita eita, quem dera que o meu professor de ciência política fizesse umas postagens dessa quando eu cursava esta cadeira...
Seus alunos reclamam de barriga cheia Chuzeco!
Beijooooooo
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