(Continuação da postagem anterior.)
Intermediate Nuclear Forces Treaty – INF
O INF foi um acordo assinado em 8 de dezembro de 1987 entre os Estados Unidos e a União Soviética para eliminar todos os mísseis nucleares baseados em terra localizados na Europa que eram capazes de atingir apenas alvos europeus (incluindo a União Soviética européia). Este acordo reduziu os arsenais nucleares das duas superpotências em mais ou menos 2.000 ogivas (4% do total). O tratado incluía provisões para cada país inspecionar as bases do outro.
Cronologia dos Acordos de Desarmamento entre Estados Unidos e União Soviética
1969: As conversações SALT iniciam-se em Helsinque
1972: O presidente americano Nixon e o secretário-geral soviético Brezhnev assinam o acordo SALT I
1973: Brezhnev se encontra com Nixon em Washington DC
1974: Nixon se encontra com Brezhnev em Moscou
1974: O presidente americano Ford se encontra com Brezhnev em Vladivostok
1975: Ford e Brezhnev assistem a reunião com 35 países em Helsinque
1979: O presidente americano Carter e Brezhnev assinam o acordo SALT II em Viena
1983: Conversas sobre Redução de Armas Estratégicas (START) acontecem em Genebra
1986: O presidente americano Reagan e o secretário-geral Gorbachev se encontram em Reikjavik
1987: O Tratado de Forças Nucleares Intermediárias é assinado em Washington DC
1989: Cortes em mísseis de curto alcance na Europa são condições para a redução de forças convencionais
1991: O presidente americano Bush e Gorbachev se encontram em Moscou. O tratado START é assinado, designado a reduzir em aproximadamente um terço o número de ogivas nucleares de longo alcance sob controle dos EUA e da URSS
Setembro-outubro de 1991: Bush anuncia uma redução unilateral planejada de mais ou menos 2.400 armas nucleares americanas, pedindo que a União Soviética responda à altura. Gorbachev apresenta um pacote de cortes unilaterais e propostas que ultrapassam a iniciativa de Bush
Janeiro de 1992: Bush e o presidente da Rússia, Boris Yeltsin, prometem cortes adicionais de 60-80% em mísseis nucleares de longo alcance baseados em terra e em mar. Adicionalmente, Bush promete uma retirada acelerada de tropas americanas da Europa e a interrupção da produção do bombardeiro avançado B-2. Yeltsin anuncia que os mísseis russos de longo alcance não serão mais apontados para cidades americanas
Junho de 1992: Yeltsin consente com o abandono da política de paridade estratégica (balanço igualitário de armas) e anuncia, juntamente com Bush, cortes bilaterais em armas nucleares de longa duração, ultrapassando o tratado START
Janeiro de 1993: Bush e Yeltsin assinam o tratado START II em Moscou, obrigando os dois países a reduzirem armas nucleares de longo alcance em dois terços até o ano de 2003 e destruir todas as ogivas múltiplas baseadas em terra
Desarmamento convencional
Os acordos sobre armas nucleares foram facilitados pelo medo de uma guerra nuclear, pelo desejo de se diminuir os gastos militares e por desenvolvimentos tecnológicos, mas o controle de armamentos convencionais provou ser mais difícil, apesar de terem sido realizados progressos.
Muitos anos de discussão resultaram em uma conferência em três estágios, chamada Conferência para Segurança na Europa, ocorrida entre 1973 e 1975. O último estágio, em setembro de 1975, no qual 35 países participaram (os EUA, a URSS, o Canadá e todos os países europeus, exceto Albânia), chegou a um acordo sobre vários assuntos, incluindo acordos para se respeitar à soberania e as fronteiras de cada Estado, para não se intervir nos assuntos internos de cada país e para se respeitar os direitos humanos e o direito à autodeterminação. Além de um acordo geral para não se usar a força, ou a ameaça da utilização da força, como um meio para se resolver disputas, e se trocarem observadores internacionais em manobras militares, nenhum acordo específico de desarmamento foi feito.
Seguindo uma recomendação da Assembléia Geral das Nações Unidas, uma Conferência sobre Desarmamento foi criada em 1978. Seu objetivo é promover o desarmamento completo e geral sob controle internacional efetivo. Sua primeira reunião foi em 1979, criando órgãos para fiscalizar e aplicar o Tratado de Banimento de Testes Nucleares de 1963, o Tratado de Não-proliferação de Armas de 1970, e a Convenção sobre Armas Tóxicas e Biológicas, de 1972. Em 1992, a Conferência criou sua própria Convenção sobre Armas Químicas, e é agora o principal fórum internacional de negociação de desarmamento.
A Rússia pós-comunista
Com o fim da União Soviética, suas antigas repúblicas “herdaram” o arsenal nuclear da superpotência, ficando estes armamentos distribuídos entre a Rússia, a Bielo-Rússia, a Ucrânia e o Cazaquistão. Contudo, o país que mais chama a atenção é a Rússia, devido a esta república ser a mais importante ainda durante a União Soviética. Além disso, a Rússia herdou todos os acordos assinados anteriormente com outros países, não só acordos de desarmamento mas também de colaboração científica, tecnológica, econômica, dentre outros.
A relevância estratégica da Rússia, detentora de vasto arsenal nuclear, contrasta com sua participação na economia mundial, que é pequena. O PIB russo corresponde a menos de 1% da produção mundial (pouco mais da metade do PIB brasileiro, por exemplo). À exceção das vendas de produtos energéticos (gás e petróleo), e da importação de produtos de consumo, o setor externo russo é, relativamente, pouco significativo tanto para o comércio internacional quanto até mesmo para a própria economia russa.
(Continua na próxima postagem.)
Intermediate Nuclear Forces Treaty – INF
O INF foi um acordo assinado em 8 de dezembro de 1987 entre os Estados Unidos e a União Soviética para eliminar todos os mísseis nucleares baseados em terra localizados na Europa que eram capazes de atingir apenas alvos europeus (incluindo a União Soviética européia). Este acordo reduziu os arsenais nucleares das duas superpotências em mais ou menos 2.000 ogivas (4% do total). O tratado incluía provisões para cada país inspecionar as bases do outro.
Cronologia dos Acordos de Desarmamento entre Estados Unidos e União Soviética
1969: As conversações SALT iniciam-se em Helsinque
1972: O presidente americano Nixon e o secretário-geral soviético Brezhnev assinam o acordo SALT I
1973: Brezhnev se encontra com Nixon em Washington DC
1974: Nixon se encontra com Brezhnev em Moscou
1974: O presidente americano Ford se encontra com Brezhnev em Vladivostok
1975: Ford e Brezhnev assistem a reunião com 35 países em Helsinque
1979: O presidente americano Carter e Brezhnev assinam o acordo SALT II em Viena
1983: Conversas sobre Redução de Armas Estratégicas (START) acontecem em Genebra
1986: O presidente americano Reagan e o secretário-geral Gorbachev se encontram em Reikjavik
1987: O Tratado de Forças Nucleares Intermediárias é assinado em Washington DC
1989: Cortes em mísseis de curto alcance na Europa são condições para a redução de forças convencionais
1991: O presidente americano Bush e Gorbachev se encontram em Moscou. O tratado START é assinado, designado a reduzir em aproximadamente um terço o número de ogivas nucleares de longo alcance sob controle dos EUA e da URSS
Setembro-outubro de 1991: Bush anuncia uma redução unilateral planejada de mais ou menos 2.400 armas nucleares americanas, pedindo que a União Soviética responda à altura. Gorbachev apresenta um pacote de cortes unilaterais e propostas que ultrapassam a iniciativa de Bush
Janeiro de 1992: Bush e o presidente da Rússia, Boris Yeltsin, prometem cortes adicionais de 60-80% em mísseis nucleares de longo alcance baseados em terra e em mar. Adicionalmente, Bush promete uma retirada acelerada de tropas americanas da Europa e a interrupção da produção do bombardeiro avançado B-2. Yeltsin anuncia que os mísseis russos de longo alcance não serão mais apontados para cidades americanas
Junho de 1992: Yeltsin consente com o abandono da política de paridade estratégica (balanço igualitário de armas) e anuncia, juntamente com Bush, cortes bilaterais em armas nucleares de longa duração, ultrapassando o tratado START
Janeiro de 1993: Bush e Yeltsin assinam o tratado START II em Moscou, obrigando os dois países a reduzirem armas nucleares de longo alcance em dois terços até o ano de 2003 e destruir todas as ogivas múltiplas baseadas em terra
Desarmamento convencional
Os acordos sobre armas nucleares foram facilitados pelo medo de uma guerra nuclear, pelo desejo de se diminuir os gastos militares e por desenvolvimentos tecnológicos, mas o controle de armamentos convencionais provou ser mais difícil, apesar de terem sido realizados progressos.
Muitos anos de discussão resultaram em uma conferência em três estágios, chamada Conferência para Segurança na Europa, ocorrida entre 1973 e 1975. O último estágio, em setembro de 1975, no qual 35 países participaram (os EUA, a URSS, o Canadá e todos os países europeus, exceto Albânia), chegou a um acordo sobre vários assuntos, incluindo acordos para se respeitar à soberania e as fronteiras de cada Estado, para não se intervir nos assuntos internos de cada país e para se respeitar os direitos humanos e o direito à autodeterminação. Além de um acordo geral para não se usar a força, ou a ameaça da utilização da força, como um meio para se resolver disputas, e se trocarem observadores internacionais em manobras militares, nenhum acordo específico de desarmamento foi feito.
Seguindo uma recomendação da Assembléia Geral das Nações Unidas, uma Conferência sobre Desarmamento foi criada em 1978. Seu objetivo é promover o desarmamento completo e geral sob controle internacional efetivo. Sua primeira reunião foi em 1979, criando órgãos para fiscalizar e aplicar o Tratado de Banimento de Testes Nucleares de 1963, o Tratado de Não-proliferação de Armas de 1970, e a Convenção sobre Armas Tóxicas e Biológicas, de 1972. Em 1992, a Conferência criou sua própria Convenção sobre Armas Químicas, e é agora o principal fórum internacional de negociação de desarmamento.
A Rússia pós-comunista
Com o fim da União Soviética, suas antigas repúblicas “herdaram” o arsenal nuclear da superpotência, ficando estes armamentos distribuídos entre a Rússia, a Bielo-Rússia, a Ucrânia e o Cazaquistão. Contudo, o país que mais chama a atenção é a Rússia, devido a esta república ser a mais importante ainda durante a União Soviética. Além disso, a Rússia herdou todos os acordos assinados anteriormente com outros países, não só acordos de desarmamento mas também de colaboração científica, tecnológica, econômica, dentre outros.
A relevância estratégica da Rússia, detentora de vasto arsenal nuclear, contrasta com sua participação na economia mundial, que é pequena. O PIB russo corresponde a menos de 1% da produção mundial (pouco mais da metade do PIB brasileiro, por exemplo). À exceção das vendas de produtos energéticos (gás e petróleo), e da importação de produtos de consumo, o setor externo russo é, relativamente, pouco significativo tanto para o comércio internacional quanto até mesmo para a própria economia russa.
(Continua na próxima postagem.)
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